
O ciclo de produção e consumo foi, ao longo dos últimos séculos, se transformando ganhando cada vez mais velocidade com o desenvolvimento tecnológico e aumento exponencial da população no mundo. Nesse avanço, onde vamos parar? Na verdade, parar não é uma palavra adequada, pelo contrário, o que precisamos mesmo é desviar a rota e direcioná-la para um desenvolvimento sustentável. É aí é que entra a Economia Circular.
Destacada como um dos quatro eixos fundamentais para a descarbonização da economia na COP26, Conferência das Nações Unidas sobre mudança climática, realizada entre 01 e 12 de novembro de 2021, na Escócia, a Economia Circular propõe um novo caminho para o desenvolvimento dos negócios e da indústria, nos moldes das necessidades ambientais atuais.
Este é um conceito que alinha o desenvolvimento econômico com o uso racional e sustentável dos recursos naturais, protegendo-os do esgotamento e prevenindo a poluição ambiental. Trata-se de um modelo econômico baseado na substituição do uso de matéria-prima virgem por insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis, incluindo a otimização de processos industriais e todo o ciclo de vida dos produtos.
Nesse contexto, a inovação se apresenta como de fundamental importância para que o modelo linear ceda lugar ao modelo cíclico (ou circular). A valorização de produtos e recursos por meio do reuso, compartilhamento, manutenção, remanufatura e reciclagem são caminhos para a Economia Circular que podem ser viabilizados pela inovação e da tecnologia.
O SENAI CIMATEC realiza projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), assim como formação técnica e acadêmica e prestação de serviços com o objetivo de apoiar e fomentar o desenvolvimento sustentável da Indústria. Dentro desse ecossistema de inovação e sustentabilidade, muitas iniciativas estão em consonância com a Economia Circular.
Como exemplo, temos o Laboratório de Cimento, onde geramos novas tecnologias e métodos para construir de forma mais sustentável, assim como proporcionamos aos alunos experiências para descobrirem novas formas de realizar a fabricação do clínquer, que é matéria-prima do cimento e do concreto.
O reaproveitamento de resíduos durante a produção deste, que é o principal componente do cimento, traz grandes vantagens, ao reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. Além disso, o reuso de insumos com características semelhantes às matérias primas usuais reduzem o alto consumo de energia durante o processo de clinquerização, visto que alguns resíduos possuem uma característica de redução da temperatura de calcinação do clínquer, vantagem também do ponto de vista econômico.
A sustentabilidade anda de mãos dadas com a inovação também em outra iniciativa do SENAI CIMATEC no incentivo à prática da Economia Circular. No Laboratório de Polímeros, pesquisas e serviços são realizados com vistas a agregar valor e reutilizar recursos naturais como fibras de sisal, embalagens tetra pak e farinha de madeira, como matérias-primas usadas na fabricação de embalagens até componentes de interiores de aviões.
No Brasil, ainda temos esbarrado em questões burocráticas, fiscais e regulatórias que dificultam a maior difusão e popularização da Economia Circular, por isso, torna-se cada vez mais urgente que sejam criadas condições que promovam sua implementação no país a partir de políticas públicas específicas, infraestruturas adequadas, tecnologias, inovações e educação, para preparar a indústria, capacitar profissionais e conscientizar o consumidor.
Nem por isso, podemos cruzar os braços e esperar passivamente que tudo aconteça. O compromisso de melhorar a relação entre desenvolvimento e meio ambiente precisa ser de todos (poder público, empresas, academia e sociedade civil), somente assim conseguiremos garantir um desenvolvimento sustentável com base em uma nova economia.
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